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Seja o que for o que ela dê a ver e qualquer que seja a maneira, uma foto é sempre invisível: não é ela que vemos...
...o que a fotografia reproduz ao infinito só ocorreu uma vez...
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Roland Barthes
in A Câmera Clara
Tendo a fotografia como meio, então como produzir dois fotogramas complementares?
Tentando aprofundar o meu conhecimento e procurar respostas numa linguagem verdadeiramente do meio fotográfico, procurei discutir esta proposta com alguém do próprio meio. Foi no seguimento dessa discussão que surgiu o nome de Roland Barthes.
Se, segundo o seu estudo, a fotografia nada é mais para além de um veículo, um meio que nos reporta a um momento efémero eternizado num fotograma, então como representaria todas as emoções de um momento cru da fotografia?
Procurei a resposta na exploração do espaço expositivo para que estes dois momentos pudessem transportar o espectador para um ambiente específico. Registei assim dois momentos simultâneos do processo de cozinhar a fotografia, o momento em que ela ainda não existe como resultado físico.
Acima do observador encontra-se assim o registo da luz vermelha do estúdio e por baixo a tina de revelador contendo um pedaço de papel fotográfico ainda branco, tentando remeter o observador para um universo de apenas alguns segundos que separam o nada do tudo.
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